Não sou a mulher que fui criada para ser
Fiquei um tempo sem falar do feminismo e como ele pude mudar a nossa realidade. Parecia que ninguém se interessava mais, como se “feminismo” fosse algum ruim.
Sempre soube que o modo como a sociedade era estruturada afetava a minha vida. Os grandes autores eram homens, os presidentes: homens; os juízes: homens; os diretores cinema: homens.
O mundo inteiro era rodeado por eles.
O mundo inteiro tinha sido feito para eles.
“Isso é coisa de menino”
“Uma mocinha não deveria fazer isso"
"Como você vai lavar a roupa do seu marido assim?”
Escutamos isso, e outras variações, durante nossa vida inteira. Não é ao acaso que duvidamos das nossas capacidades intelectuais, afinal, nossos espelhos nunca refletiam a imagem que gostaríamos de ver.
Sempre fui feminista
Era feminista antes de conhecer esse palavra, era feminista antes de ler um livro sequer.
Porque eu sabia que não era justo que a minha mãe trabalhasse na cozinha e meu pai não. Sabia que não era justo que eu tinha que ajudar nas tarefas de casa e meu irmão não. Não era justo que as “coisas de menino” eram tão mais legais.
Então, eu sempre entoava:
“Só faço se ele fizer”.
E ponto. Eles começaram a fazer (eu tive sorte, eu sei). Desde meus 8 anos eu sou assim. “Só faço as tarefas de casa se ele fizer.” Eu não seria a mulher que fui criada para ser. “Só faço se eles fizerem.” Nem lembro quantas vezes disse isso.
Eu não sou a mulher que fui criada para ser!
Essa atitude reflete em quem eu sou hoje: uma escritora que fala sobre as questões da mulher na sociedade e uma professora de escrita que foca em ensinar mulheres a fugirem dos padrões que estão acostumadas.
Escrever dá coragem! Temos que escrever e criar exemplos para as meninas do futuro.
Fiquei um tempo sem falar sobre o feminismo e como ele pode mudar a nossa realidade.
Parecia que esse assunto estava em queda e ninguém se interessava mais, como se “feminismo” fosse algum ruim.
Isso me incomodava. Isso me incomoda.
Por isso decidi que essa pauta (que sempre esteve presente na minha vida e no meu conteúdo) estará mais viva do que NUNCA aqui!
O último foi Mau Hábito da Alana Portero e antes dele Caminhando com os mortos da Micheliny Verunschk 💖
Olha a sincronicidade!
O último livro que li escrito por uma mulher foi a pesquisa da Valeska Zanello, se chama “Saúde mental, gênero e dispositivo: cultura e processos de subjetivação”.
Recomendo demais, é o tipo de leitura que você nunca mais vai ver o mundo da mesma forma, sabe?